terça-feira, 29 de maio de 2012

CRÍTICA LITERÁRIA: " A CARNE E O SANGUE" DE MARY DEL PRIORE


   NOVO LIVRO  DE MARY DEL PRIORE
 “A CARNE E O SANGUE” FASCINA
 E COLOCA A HISTÓRIA.  DA AMÉRICA LATINA
  EM UM PLANO DE INTERESSE UNIVERSAL                                                             
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    De maneira contundente, a historiadora, aprisiona o leitor para a relação do triângulo amoroso que envolve D. Pedro I, a imperatriz D. Leopoldina e a marquesa de Santos. Na berlinda o Brasil na disputa com os romances de outros impérios. Os assuntos são colocados com mestria e ilustrados com fotos preciosas adequadas a títulos objetivos dos "capítulos". Del Priore parte de uma visão sincrônica e aparece tangenciando o ritmo das suas pesquisas e narrativas com habilidade, principalmente porque prepara o leitor para abandonar seu momento e ir ao encontro de outras “paisagens”.
No momento em que se discute uma nova estratégia motivadora em relação à cultura, ou seja, desdobramentos necessários de construção para suprir sinais de declínio no mercado editorial e de escritores: - Mary Del Priore anexa mais uma obra vital para revitalizar essa ruptura desejada. Destaco os períodos curtos, a pouca adjetivação e a o texto sintético no dizer e analítico no pensamento. Vislumbramos em vários momentos a presença do romance, porém o livro está e é, também embasado na psique dos personagens e nos fatos políticos sociais da época, na bibliografia, fontes, referências iconográficas. São múltiplas abordagens e nelas o leitor é seduzido e convidado para vivenciar e questionar além da história a razão da existência humana. Um convite capaz de ir além do período histórico e fechar o estudo diacrônico de um rico ciclo histórico.
Possuidora de um dizer impar que denúncia seu estilo, mostra uma linguagem com arquétipos não ficcionais, porem repleto de pormenores que funcionam como Arias de óperas inesquecíveis. Compõe, pois uma obra surpreendente pela fidelidade das suas pesquisas.  Como leitor não me cansei um segundo das situações de ordem emocionais desse livro. Se existe um antagonismo ele se presentifica através da história. Em particular resalto os títulos: “No início era pecado”  “Quebra de fidelidade”, “Desespero e dor”,” Amante até a morte” este último (nada a ver) fui até “ Tristão e Isolda” de Richard Wagner – o amor que supera a morte -  
“ A Carne e o Sangue” , Editora Rocco, ano 2012, 272 pgs

Vicente de Percia

segunda-feira, 21 de maio de 2012

ORELHÕES SÃO SUPORTES PARA CRIAÇÃO DE ARTISTAS PLÁSTICOS EM SÃO PAULO.


Na hora do sufoco da falta de telefone próprio não há quem não se lembre de um orelhão. Aliás, é só nessas horas que o aparelho é procurado e, mesmo assim, a sujeira e a má conservação chegam a espantar os usuários. Porém, a partir deste domingo (20), cem cúpulas de orelhões espalhadas por São Paulo virarão obras de arte na exposição Call Parade. Segundo a diretora da empresa Toptrends, que organizou a exposição, Catherine Duvignau, o objetivo do evento é conscientizar as pessoas sobre a importância do telefone público e sua preservação.  


— A exposição fará o cidadão refletir sobre a utilização do aparelho, fará com que as pessoas se conscientizem sobre o objeto que, além de ser útil e funcional, também pode ser transformado num suporte artístico que deixa a cidade mais bonita, mais alegre. 

Foram selecionados cem artista, um para cada cúpula. Noventa deles foram escolhidos após seleção aberta ao público em que 357 projetos foram inscritos. Já os outros dez foram convidados, entre eles está o arquiteto Alan Chu, que carrega grande responsabilidade. Foi a mãe dele a arquiteta Chu Ming Silveira quem criou, em 1970, do projeto dos orelhões que até hoje ocupam as ruas do Brasil.  

CRÍTICA DO CONCERTO DE CRISTINA ORTIZ


 
                       Marco Antonio Seta, em 19 de maio de 2012. 
Sinfônica Municipal em noite feliz em concerto infeliz no Municipal de São Paulo.  Com o Theatro Municipal com apenas um terço de sua lotação na noite de ontem, sexta-feira, dia 18 de maio A Orquestra Sinfonica Municipal de São Paulo tocou muito bem , sob a direção de Abel Rocha. Cordas coesas, sonoras, sopros de madeira e metal idem no concerto de Brahms. Como solista a refinadíssima pianista Cristina Ortiz,  radicada na Inglaterra há muitos anos, solou o concerto para piano e orquestra nº 2 , op. 83, em si b maior ao lado de nossa orquestra. O difícil concerto do mestre alemão romântico Johannes Brahms (1833-1897),  deu-se na interpretação da grande pianista, porém sua leitura deste se resumiu a uma correta releitura das páginas que lhe couberam, cuja interpretação foi apenas regular, sem maiores refinamentos musicais e expressividade técnico-interpretativas.  Passou pela partitura  e quem realmente interpretou foi a Sinfônica Municipal numa sonoridade há muito tempo não ouvida por aquela orquestra. A pianista foi solicitada ao final até conceder um bis (da Suíte Bergamasque, tocou "Clair de Lune" numa leitura apenas correta, nada contendo de sublime numa página tão popular e histórica do impressionismo musical).
       A platéia presente, como já foi registrado (apenas um terço da lotação do teatro), quase que totalmente despreparada musicalmente, aplaudia a cada mudança de movimento do concerto: quando isso ocorre, é por que não há educação musical na platéia, o que é gravíssimo numa cidade como São Paulo; requerendo do maestro titular da orquestra e do teatro Educar ! sim.......esse público,  elucidando-o, quando é que se deve aplaudir,  falando-lhe,  nas entre linhas,  que só é recomendável aplaudir ao final do concerto ou da sinfonia apresentada (como muitas vezes faziam Eleazar de Carvalho e John Neshiling na prestigiada OSESP). Caso contrário, a coisa vai de mal a pior a cada função em nosso maior teatro.  Isso se faz neessário corrigir urgentemente.
        Mas o pior estava por vir na segunda parte da noite, após um intervalo de quinze minutos. Do celebrado Segei Rachmaninoff (1873-1943) escolheu-se  "Os Sinos", Op. 35. O maestro explicou que o compositor havia escrito uma terceira sinfonia para orquestra e acrescentou esse título à obra baseada em seus movimentos em número de quatro. Disse também  que a cantora estava gripadíssima, mas que mesmo assim cantaria sua parte. O resultado não poderia ser pior.  Cantou? não cantou:  apenas murmurou o que lhe cabia. Laura de Souza (soprano lírico) que realizou uma boa carreira internacional na Alemanha, voltou ao Brasil, todavia suas atuais condições vocais já não lhe permitem  mais atuar; basta nos lembrarmos de sua infeliz atuação em " Madama Butterfly", em 2008, no ano do centenário da imigração do Japão no Brasil., quando revezou com Eiko Senda nesse imenso personagem Pucciniano. Foi um desastre a sua apresentação nestes "Sinos", uma voz totalmente velada, murmurada, e que em nenhum teatro de respeito,  entraria em execução num concerto desse gabarito e dessa proporção,  tamanha a grandiosidade da obra do mestre russo.  Na mesma gama de importância,  participou o baixo-barítono Licio Bruno, vindo do Rio de Janeiro. Totalmente despersonalizado, incorporou um (lento lúgubre) último movimento da peça, que na realidade,  é uma cena de lamento, poética, e de introspectividade,  como se fosse uma cena dramática da ópera verdiana (mais parecia um "Macbeth" à moda russa), totalmente inadequado às inflexões da maravilhosa sinfonia de Rachmaninoff.  Tudo inadequado, complementado pela participação do tenor "leggero" Paulo Queiroz, também inadequado a essas páginas. Quanto ao Coral Lírico, detentor de imensa masa vocal e poderosa grandiosidade dramática,  poderia-se exigir um maior preparo de dinâmica vocal, o que dosaria melhor o seu volume sonoro na massa musical junto à orquestra, que também interpretou muitíssimo bem a difícílima escrita musical e,  já considerada ousada,  para um momento em que ainda não havia entrado o movimento impressionista na história da música, denotando aí a grandiosidade de que foi o russo Rachmaninoff.       
   

terça-feira, 15 de maio de 2012

RIO + 20


Texto de Ladislau Dowbor aponta caminhos para mudanças profundas na produção e consumo. Elas podem começar já, contagiar sociedades e converter-se em políticas públicas
Há pelo menos duas formas de enxergar a conferência Rio+20, que começa em seis semanas. Uma delas é preparar-se para denunciar seu provável “fracasso”. Ao terminar o encontro, em 22 de junho, os chefes de governo não terão, tudo indica, desenhado um plano para deter o aquecimento global ou as diversas formas de devastação da natureza. Em quase todo o mundo, a política institucional está cada vez mais amarrada aos grandes negócios e capitais. Estes buscam valorizar-se ou por meio dos circuitos financeiros, ou dos velhos padrões de “desenvolvimento”. Sua lógica é o lucro máximo: não inclui buscar novas relações, sustentáveis e harmônicas, entre ser humano e natureza.Por isso, a mera denúncia é radical apenas na aparência. Ela permite apontar culpados, mas não ajuda a deter o crime. Durante alguns dias, a grande exposição do evento na mídia garantirá algum alarido e desgaste dos governantes insensíveis. Depois a rotina das relações de produção e consumo atuais voltará a se impor.Uma segunda atitude é menos dramática. Significa enxergar a Rio+20 não como o momento do tudo-ou-nada, em que o planeta será salvo ou perdido para sempre. Permite ter a conferência como um momento de articulação global das pessoas e movimentos dispostos a praticar novos padrões de produção e consumo – e a lutar para que eles prevaleçam.É uma disputa cultural e política, ao mesmo tempo. Tem dimensão autônoma e imediata: pode começar já, na mudança de práticas cotidianas. Permite o contágio: as novas formas de produzir e consumir retiram a vida do automatismo cinzento a que o capitalismo normalmente a confina. São sedutoras, difundem-se com facilidade.Para serem efetivas em larga escala, e fazerem diferença em escala planetária, precisam transformar-se em opções sociais. Substituir o carro pelo transporte público, as bicicletas ou caminhadas é importante desde já – se você está consciente. Mas para que centenas de milhões de pessoas o façam, será preciso assegurar metrôs, trens e ônibus de qualidade; reservar faixas de trânsito ciclovias nas metrópoles; tornar cada vez mais proibitivo o uso do automóvel particular, nas condições em que é desnecessário.Os que estão dispostos a adotar esta postura diante da Rio+20 podem encontrar em Ladislau Dowbor  ] uma grande referência. Pesquisador de atuação internacional, ele é um estudioso destacado dos processos econômicos em que acolaboração está substituindo a antiga lógica da disputa de todos contra todos. Mas não se limita à teoria: envolve-se em dezenas de projetos ligados à economia solidária, às cooperativas, aos novos arranjos produtivos.

domingo, 6 de maio de 2012

RIO +20 : a mudança político-cultural necessária






Planeta pode assegurar vida frugal, porém confortável para todos. Mas isso implica transformar radicalmente padrões de consumo da energia disponível
Por Ladislau Dowbor* | Imagem: Moczas Zoltan  


Sobre o tema: Esta é a primeira parte de um artigo* sobre as alternativas ao atual modo de produção e consumo (em especial, o de energia), no momento em que as sociedades se preparam para mais uma conferência internacional sobre o clima.

As alternativas de energia são vistas em geral do lado da oferta: as fontes de energia, como hidroelétrica, de combustíveis fósseis, nuclear, eólica, solar, geotérmica ou ainda que aproveita os movimentos do mar. O esforço planetário para reduzir os impactos climáticos e para poupar petróleo está levando – ainda que lentamente – a amplos investimentos na mudança do perfil da oferta, diversificando as fontes, priorizando as energias renováveis e limpas.O outro lado da moeda, no entanto, e complementar, reside nos esforços para influenciar o uso da energia. É interessante lembrar que quando das grandes crises mundiais do petróleo, em 1973 e 1979, os preços aumentaram de forma radical. Na época, houve estudos sobre a mudança de comportamento dos americanos, frente ao aumento do custo energético: fábricas aprenderam a economizar energia, casas passaram a utilizar material isolante para enfrentar o frio ou o calor, os carros começaram a ser vistos já não apenas do ponto de vista do luxo, mas da eficiência energética. Pelos excelentes resultados obtidos em curto espaço de tempo, se constatou que havia um imenso desperdício de energia. Assim a sustentabilidade energética exige trabalhar tanto no lado da oferta da energia como na racionalização do seu uso.No caso brasileiro, algo semelhante ocorreu quando do apagão no início da década passada. Foram adotadas medidas de emergência envolvendo uma ampla campanha de conscientização da população, os que reduziram o consumo se viram premiados nas suas contas, os que se excederam foram multados, mas no conjunto houve uma fortíssima redução de energia, sem que as pessoas se vissem obrigadas a se privar. Constataram simplesmente que estavam desperdiçando energia em quase todas as formas de uso, e que podiam reduzir fortemente o consumo de energia sem sacrifícios nem sofrimento: bastaria atentar para um uso inteligente do recurso.

No Brasil, à medida que a desigualdade recua, consumo de energia crescerá

– tanto para utilização direta, em equipamento doméstico e transportes,

como para a indústria e a agricultura

A população brasileira, da ordem de 200 milhões de pessoas, tem um nível de consumo muito desigual. À medida que a desigualdade se reduz e os pobres passam a consumir, o consumo energético do país deverá se expandir fortemente. Como ordem de grandeza, temos cerca de 50 milhões de pessoas que constituem o nosso “quarto mundo”, e certamente outro tanto de gente que deve passar a consumir decentemente, e em muitos casos atingir o nível de consumo mais amplo das classes mais abastadas. O consumo vai se expandir no conjunto, exigindo mais energia tanto para utilização direta sob forma de equipamento doméstico e de transportes, como para a indústria e a agricultura.A composição inteligente, mais eficiente e menos poluidora, da matriz energética pelo lado do consumo é portanto essencial. O Brasil, evidentemente, não está sozinho neste processo. O enriquecimento geral do planeta, que impacta diretamente no consumo de energia das pessoas e das empresas que as abastecem, não poderá, nem deveria, ser evitado. Somos 7 bilhões de habitantes no planeta, com os dois terços mais pobres consumindo menos de 10% dos bens e serviços produzidos. Mas a generalização do tipo de consumo perdulário dos Estados Unidos – 4% da população mundial e 25% das emissões de gazes de efeito de estufa – simplesmente não é viável. Isto é importante porque o Brasil será levado a participar, com o resto do mundo, de um amplo esforço de mudança do perfil de consumo. O eixo central não consiste na privação e no sacrifício, e sim na organização e na inteligência do uso.O uso da energia vincula-se praticamente a todas as nossas atividades. Portanto, trata-se de um desafio civilizatório, de uma mudança cultural. Até hoje, continuamos na corrida por consumir mais, pois isto aumenta o PIB, e gera mais empregos, reduzindo a nossa angústia principal que é de não podermos sustentar a nossa família. Com 7 bilhões de habitantes no planeta, e 80 milhões a mais a cada ano, esta visão é simplesmente suicida. Este planeta, constatamos cada vez mais, não é tão grande assim. Nesta espaçonave todos têm de começar a se comportar como tripulantes, e não como passageiros – isto sem falar dos que querem se comportar como passageiros de primeira classe, confortáveis e bem servidos, gerando um rastro de custos que nos oneram a todos.Uma ilustração simples, trazida pelo relatório das Nações Unidas, mostra de forma resumida a articulação que desponta. Na Coréia do Sul, frente aos desafios climáticos e à crise financeira mundial de 2008, decidiram lançar um programa de 36 bilhões de dólares para a modernização do transporte público urbano. As repercussões são várias: ao dinamizar o transporte público, torna-se mais eficiente a mobilidade urbana tanto em termos de tempo gasto pelas pessoas como pela redução da poluição; o programa gera 960 mil empregos, o que melhora a situação social; como os empregos geram salários e demanda, melhora a conjuntura e reduz-se o efeito da crise financeira; e como o investimento está condicionado a tecnologias mais avançadas nas empresas, ajuda o país a se manter em boa posição no plano do avanço científico-tecnológico que está se tornando estratégico. E naturalmente, reduz-se drasticamente o consumo de energia no transporte das pessoas. Não é sacrifício, é articulação inteligente.É natural que esta evolução do “consumir mais” para o “consumir melhor”, da corrida pela quantidade para a visão da qualidade, da análise individual dos projetos – interesse de uma montadora em vender mais carros – para o interesse social final, só comece a se materializar hoje, quando estamos sentindo a pressão das ameaças do fim do petróleo fácil, da mudança climática, do esgotamento de tantos recursos, da revolta dos dois terços da população mundial que sabem que estão sendo mantidos fora do sistema. O Banco Mundial explicita isto de maneira delicada, ao se referir aos 4 bilhões de pessoas que “não têm acesso aos benefícios da globalização”. Como diz bem Ignacy Sachs, somos condenados a reinventar. 
Milhares de novos automóveis matriculam-se diariamente

nas metrópoles. Não por necessidade, mas por massacre publicitário,

e sobretudo porque não há alternativa pública de transporte

O Brasil de urbanizou. Cerca de 85% da população vive em cidades, e cerca de um terço em grandes metrópoles, Mas mesmo nas cidades médias o problema do trânsito está se tornando crítico. Pesquisa da Rede Nossa São Paulo mostra que nesta cidade se perdem diariamente 2:43 horas por dia no trânsito, tempo em que as pessoas nem descansam nem trabalham, nem estão com a família. Levantam cada vez mais cedo para conseguir chegar a tempo, e a vida de família fica prejudicada. Quando têm carro, andam numa velocidade média de 14 quilómetros por hora, em primeira e segunda, com imenso gasto de combustível, deslocando 2 toneladas de equipamento por pessoa de 70 quilos. Um corredor de ônibus leva 23 mil pessoas por hora, na faixa de automóveis ao lado passam 3 mil no mesmo período. O gasto de combustível por pessoa/quilómetro é dezenas de vezes superior ao que seria se andassem de ônibus. Isto sem falar do transporte por metrô, incomparavelmente mais eficiente, usando energia limpa, e permitindo imensa economia de tempo da população.

terça-feira, 1 de maio de 2012

TESTAMENTO DE LUCIEN FREUD



O pintor alemão naturalizado britânico Lucian Freud (1922-2011) deixou o equivalente a R$ 295 milhões em seu testamento, uma das maiores fortunas já deixadas por um pintor, segundo informações do jornal britânico "Mail on Sunday".
Freud morreu em julho do ano passado, aos 88 anos, reverenciado como um dos maiores retratistas dos últimos tempos, tendo eternizado imagens de ícones da atualidade como a rainha Elizabeth II e a modelo Kate Moss.
Seu quadro "Benefits Supervisor Sleeping", de 1995, o retrado de uma mulher adormecida nua em um sofá, foi arrematado por U$ 33,6 milhões (cerca de R$ 63 milhões) em 2008, um valor recorde para uma pintura de um artista vivo.
Efe
Quadro "Benefits Supervisor Sleeping" de Lucian Freud
Quadro "Benefits Supervisor Sleeping", do pintor alemão naturalizado britânico Lucian Freud (1922-2011)
Freud deixou boa parte de sua herança para seu assistente, David Dawson, a quem retratou em seu trabalho inacabado "Portrait of the Hound".
Nascido em Berlim, Lucian Freud mudou-se com a família para a Inglaterra em 1933, fugindo do regime nazista. Neto do psicanalista Sigmund Freud, era um dos mais conhecidos artistas britânicos contemporâneos, tendo recebido o Prêmio Turner de 1989.
Especula-se que o pintor teria cerca de 40 filhos, a maioria reconhecidos somente após a maioridade.

UM MUSEU DIFERENTE EM ISTAMBUL NA TURQUIA



O prêmio Nobel turco de Literatura Orhan Pamuk inaugurou  em Istambul seu "Museu da Inocência", um estranho espaço dedicado à memória de personagens fictícios saídos de seu último romance, mas que também fala de emoção literária e da vida em Istambul. 
 No total, 83 vitrines --uma para cada capítulo do romance "O Museu da Inocência", publicado em 2008 -- reconstituem passo a passo o amor impossível de Kemal, um istambulita de uma família abastada prestes a se casar, por Fusun, uma prima distante pobre, na Istambul dos anos 1970.Este amor de Kamal vai se transformando, no decorrer dos capítulos do romance, em uma adoração fetichista dos objetos relacionados a sua amada, e que hoje são exibidos no museu: do brinco perdido de Fusun a seu vestido, para terminar no quarto onde o herói contou sua história ao escritor."Escrevi este romance colecionando, ao mesmo tempo, os objetos que descrevo no livro", afirmou Pamuk em uma entrevista coletiva à imprensa para apresentar o museu.Para o romancista, ganhador do Nobel em 2006, o interesse do museu não está tanto na natureza de cada objeto exposto, e sim em sua capacidade de despertar uma emoção similar à da leitura. De início aceitou o financiamento, porém depois assumiu toda a gestão econômica do museu. Não deixa de ser uma vitrine da memória que é perpetuada pela construção ou seja o seu primeiro romance é a inspiração e o conteúdo da edificação.