segunda-feira, 28 de junho de 2010

MARLENE DUMAS

O núcleo da exposição é um conjunto de obras, algumas de grande formato, exibidas em Março de 2010 em Nova Iorque, na galeria David Zwirner, sob o título ?Against the Wall? [Contra o Muro]. Este título alude expressamente à chamada ?Barreira de Segurança? [Security Wall], o muro que tipifica o conflito israelo-palestiniano, mas também às barricadas de estrada erguidas nos territórios ocupados e ao Muro das Lamentações.
Em Serralves o âmbito da exposição foi alargado com a inclusão de cerca de vinte outras obras da última década relacionadas com o conflito do Médio Oriente mas que não haviam antes sido explicitamente associadas ao tema.
Este novo conjunto de obras elucida a luta que a artista trava actualmente com os limites e as possibilidades do seu meio de eleição: “Uma pintura precisa de um muro para contestar”.

A mostra integra obras cedidas por numerosos coleccionadores públicos e privados da Europa e dos Estados Unidos. Acompanha-a um catálogo com aproximadamente 96 páginas, em português e inglês, com ilustrações das pinturas em exposição e um “banco de imagens” dos materiais documentais e de referência da artista, bem como textos seus e um ensaio da autoria de Ulrich Loock.

Nascida em 1953 na Cidade do Cabo, na África do Sul, Marlene Dumas vive desde 1976 na Holanda. O seu trabalho é consensualmente reconhecido pela sua eficiência pictórica e o modo como aborda as questões mais candentes da vida contemporânea.



domingo, 20 de junho de 2010

PARQUE CULTURAL QUE PRECISA SER ATIVADO COMO OUTROS EM PORTUGAL

Casas típicas, faróis, monu-mentos de todo o país e edifícios das ex-colónias. O Portugal dos Pequenitos mostra o país sob a lente do salazarismo: um Portugal enorme, que se estende do Minho a Timor, mas que cabe todo numas centenas de metros quadrados em Coimbra. Setenta anos depois da sua inauguração, o país mudou e aquele que é o seu parque temático com mais visitas (400 mil por ano) está desactualizado, parecendo uma Disneylândia do Estado Novo, uma relíquia kitsch retrofascista ou o jardim de um emigrante excêntrico.O Portugal dos Pequenitos foi uma ideia de Bissaya Barreto, médico amigo de Salazar. O projecto é do arquitecto Cassiano Branco, apoiante da candidatura de Humberto Delgado que chegou a ser preso pela PIDE. Inaugurado em Junho de 1940, cedo se tornou um ponto de passagem obrigatório nos passeios de domingo e visitas de estudo. Sofreu remodelações e acrescentos até ao final dos anos 50, quando ficaram concluídas as miniaturas das províncias ultramarinas.

domingo, 6 de junho de 2010

BILL HARP: A ANTIARTE COM MUITO ALARDE,PORÉM SEM CONTEÚDO

A ANTIARTE COM MUITO ALARDE,PORÉM SEM CONTEÚDO
A preocupação em mudar os os suportes tradicionais da arte foi uma maneira que a grande maioria dos artistas plásticos optaram para serem chamados de contemporâneos, com isto abriu-se precedente para o surgimento do objeto/arte e uma avassaladora "experimentação de dizeres".
No início da década de 70 apareceram materiais como o acrílico, entre os diversos que a industria oferecia. Foi sem dúvida, um dos preferidos de todos os artistas,inclusive seduzindo àqueles que já estavam legitimados no Circuito da arte.
O Dada, a Antiarte, já tinham fincado desde os primórdios do séc XX conceitos que levariam a nova ocupação do espaço, surgia uma liberdade condizente com a anunciação da técnologia.
Marcel Duchamp após concluir que não seria um bom pintor resolveu filosofar através da arte. Da mesma forma que seu predecessor Andy Wahrol, este com uma significativa produção por vários atelieres utilizou-se de construções já conhecidas na arte como: a fotografia, a tela, desenho, etc. Ambos sabiam o quanto o campo das artes plásticas poderia ser invadido por "teórias" principalmente Duchamp que fez seu nome dentro deste objetivo - especulações para obtenção de lucro fácil e imediato diante de uma sociedade instável onde a dinâmica da vida era perceptiva por todos.
Era o descatar da linguagem para compor um sistema onde a expressiviadade era, justamente não possuir linguagem, em suma:cada obra teria uma linguagem onde o domínio dos meios materiais e intrumentais não seriam necessários. Aboliria-se a técnica, o estudo específico da tarefa artistica em prol da utilização de meios fáceis - o dizer de cada um sem maiores compromissos,o cotidiano. Era a anunciação do que viria.
O Objeto surge com a intenção correta, há registros de boas composições incluisive no objet trouvé surrealista,porém o Surrealismo que fez rupturas com a arte se expandiu por vários campos como a literatura, o teatro, o cinema,etc. O manifesto surrealista de André Breton ativou o pensamento, seduziu intelectuais entre eles Max Ernest, Dali, Bunuel.
De fato o " momento atual" começa nos anos 70 segue pelo séc XXI. As regras foram abolidas, não há parâmetros, o "descontruir" é a bola da vez,a imaginística desvairada e subjetiva se instala no processo de "criação"- a meta é o imediatismo e o ganho fácil, principalmente pelos intermediários da arte Recentemente, incluso em projeto de pesquisa nos arredores de New York constatei a total passividade do espectador diante da chamada "arte contemporanea". Achavam bom,mais não sabiam o porquê, na verdade tinham receio de serem excluídos por afirmar que não entediam o que estava vendo era confessar o despreparo segundo eles em relação à compreenção da arte. Um dos espaços abrigava várias bicicletas desmontadas e suas peças ocupavam aleatóriamente a galeria. Suspensa em um trapézio uma "atriz" balançava-se lendo trechos de filósofos gregos. Ficou claríssimo nos subssídios colhidos na pesquisa que os presentes não interagiam com a "idéia" proposta ou seja não compreendiam o que estavam vendo. Eram passivos.
Alguns afirmam que Marcel Duchamp, também se inspirou nos cubistas.ao contrário desta afirmação, a partir domomento que o artista pode mandar executar a obra desconhecendo o processo artístico significa que não hove interação com a arte.Ser novo não é ser alienado e a experiência e os questionamentos no processo da tarefa artística são vitais. Conhecer a "teória do caos"por ouvir falar, não dá respaldo para ter total désdem com a vida e a natureza. É ser sim um ser caótico.
Bill Harp 29 de maio de 2010 , New York -Trad ução: Justinée Jeff