segunda-feira, 6 de setembro de 2010

É PRECISO TER ESTUDO, CAUTELA E PERCEPÇÃO PARA FALAR DE ARTE.

Obra de integração visual séc XXI
Uma pesquisa feita recentemente pela Bow Art International através de críticos e artistas participantes conceituados em diferentes países, constatou o baixo índice de informação a respeito da arte. Pouca leitura, baixo índice de visitação aos museus, teatro, cinema, a tecnologia virtual entre outros, caracteriza o distanciamento e incompreensão da arte no século XXI. Quando muito conseguem chegar ao modernismo. A dinâmica da arte é extraordinária, viva. O que leva as pessoas a emitirem opiniões sem nenhum fundamento? Nomearem falsos artistas,críticos de arte e intelectuais? Há uma elite na compreensão da arte?, certamente que sim foi a conclusão final da equipe, o que não significa excluir o outro, mas colocá-lo em seu lugar de distanciamento e acolhe-lo com informações e metodologia capaz de o atualizar. É uma maneira de fugir ao senso crítico e da observação estas opiniões ditas? Para modificar este erro que é a falta de conhecimento e de método de aprendizado a Bow Art International indica para os iniciantes a leitura do livro: "A Necessidade da Arte" de Ernest Fischer.
Ernst Fischer em A necessidade da arte revela-se um poeta, um esteta e grande crítico. Os assuntos foram subdivididos em cinco capítulos, os quais apresentam um incrível painel das artes desde os tempos mais primitivos. Segue umasíntese da visão de Fischer. A função da arte não está apenas no fato de levar o homem a conhecer e mudar o mundo, mas também por seu caráter mágico, pela magia que lhe é inerente. Desprovida desse resíduo de magia provindo de sua natureza original, a arte deixa de ser arte. Infere-se que a arte é tão antiga quanto o homem, e este, por princípio, um mago. Foi utilizando ferramentas que o homem se fez homem, produziu-se a si mesmo. Simultaneamente, o homem e a ferramenta passaram a existir, indissoluvelmente ligados um ao outro. O homem possui razão e mão, e foi a mão que libertou a razão humana e produziu consciência própria do homem. A eficiência é muito mais antiga do que o propósito; a mão é uma descobridora há mais tempo do que o cérebro. (Basta observar uma criança desfazendo um nó: ela não pensa, limita-se a experimentar. Só paulatinamente, a partir da experiência das mãos, é que vem a compreensão de como se fez o nó e do melhor modo de desfazê-lo). O homem primitivo ainda não distinguia claramente entre a sua atividade e o objeto ao qual ela se relacionava; as duas coisas formavam uma unidade indeterminada. Embora a palavra se tivesse tornado signo (não mais uma simples imitação ou expressão), uma pluralidade de conceitos cabia dentro desse signo. Só gradualmente veio a ser atingida a pura abstração. Em todo poeta existe certa nostalgia de uma linguagem mágica, original. A arte, em todas as suas formas, era uma atividade comum a todos e elevando todos os homens acima do mundo animal. Mesmo muito tempo depois da quebra da comunidade primitiva e da sua substituição por uma sociedade dividida em classes, a arte não perdeu seu caráter coletivo. Somente a verdadeira e autêntica arte consegue recriar a unidade entre o singular e o universal. Somente a arte consegue elevar o homem de um estado fragmentado a um estado de ser íntegro, total. A arte é uma realidade social. A sociedade precisa do artista, uma vez que ela capacita o homem a compreender a realidade, e mais ainda, a suportá-la e, ainda melhor, a transformá-la, tornando-a mais humana e hospitaleira para a humanidade. A visão de arte socialista leva vantagem sobre a arte burguesa. A despeito de todos os conflitos internos que vem sofrendo, o socialismo mantém inabalada a confiança nas ilimitadas possibilidades que se abrem para o homem. A arte socialista acena com a possibilidade de um mundo mais racional, mais humano. As lutas políticas entre os dois sistemas continuarão, mas é uma condição para a sobrevivêncvia de todos nós a de que se realizem sob a vigência da paz mundial. Para isso, é preciso que os homens de ambos os lados não falem no vazio, que cada um entenda os problemas do outro, seus ideais, seus anseios. Esta é precisamente um das maiores funções da literatura e arte contemporânea. Finalmente, o homem que se tornou homem pelo trabalho, que superou os limites da animalidade transformando o natural em artificial, o homem que se tornou um mágico, o criador da realidade social, será sempre o mágico supremo, Prometeu trazendo o fogo do céu para a terra, Orfeu enfeitiçando a natureza com sua música. Enquanto a própria humanidade não morrer, a arte não morrerá.