sábado, 2 de outubro de 2010

O CRÍTICO VICENTE DE PERCIA REVISITA TEORIAS DA ARTE

Observar a arte revisitando suas teorias

Teorias podem ser revistas para poderem traçar opiniões referentes que menosprezem a arte como um valor universal anistórico, os posicionamentos marxistas citam pensamentos em que as origens da arte estão inseridas em uma postura burguesa. Os conceitos estéticos podem ser vistos no prazer despertado no ritmo e na perspectiva. O sentido estético depende de instrumentos e a história identifica a evolução desta postura. Não se pode descartar o refinamento burguês que também atende a arte decorativa e é um processo socialmente impulsionado pelos diferentes grupos. A sedução do objeto, da indumentária, dos adornos são espelhos da natureza, a existência artística surge espontaneamente e diferencia o homem através das suas múltiplas interpretações caracterizando o individual que difere um ser do outro.
Lukács um dos elementos ligado ao marxismo e diante do seu grande interesse pela estética não conseguiu como gostaria se dedicar à história da arte. Voltado para a teoria do materialismo estético: os “refinamentos” burgueses serviram como um freio para as suas classificações, no caso seu posicionamento em relação à arte decorativa difere dos trabalhos estéticos, enfatiza que este contém conteúdos sensíveis, éticos. A investigação de Lukács mostra que ele, a priori, já tem uma ideia formatada da arte. É necessário que um conceito seguro passe com neutralidade por tópicos tais como: ciência, religião, prazer, etc, em vez de só centralizar as pesquisas em cima de decisões explicativas. Dentro destes posicionamentos pode-se afirmar que a arte não é uma ciência, em vista de ela ser imparcial e objetiva. No tocante a questão da ética ela está compromissada com o bom e instrui o bem. A predominância de uma relação burguesa nas artes significa que suas teorias são veículos de uma pratica dominante, influencia uma estrutura mental apesar de que os processos de uma sociedade capitalista nem sempre satisfazem à burguesia.
A visão normativa de Lukács voltada para teorias realistas da arte obtém uma análise envolta no Realismo socialista. Até que ponto pode-se desvincular o fator histórico e afirmar que a arte propriamente dita é aquela que está de acordo com um Realismo crítico de cunho socialista? A arte deve ser vista na sociedade contemporânea em constante confronto com a forma de vida, um sistema que está à mercê de intenções além da finalidade formativa que ela poderia exercer no sentido de implantar o senso crítico e ir de encontros passageiros e estratégicos onde o ganho é a meta. A arte não pode ser vista apenas como um título, ela é o resultado de andamentos. Os crescimentos da tecnologia, da ciência aplicada por vezes contribuem para caminhos poucos significativos que alienam a todos através de um sistema conceitual sem conteúdo, descartado e legitimado por uma sociedade burguesa que em outras palavras transforma a “vida cultural” em condições tais, que o legado da organização social nos mais simples afazeres e satisfação são abandonados.
Como desenvolver o interesse pela arte sem permitir que o belo divida espaços com as mudanças sociais e confrontos existentes, com a divisão de um cerco que tem posições particulares sobre a arte; até que ponto a arte representa opiniões pré- estabelecidas? Dialogar com Lukács, assim como as primeiras teorias da arte traz a flexibilidade de poder argumentar em relação aos novos desafios.

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