domingo, 18 de novembro de 2012

A INTOLERÂNCIA DESAVERGONHADA: POR QUE A NOVA EXTREMA-DIREITA CRESCE?



  
Uma pesquisa realizada por Ana Paula Tostes, professora de Michigan State University, nos Estados Unidos, mapeou o crescimento de votos em partidos da nova extrema-direita em eleições nacionais em países membros da União Europeia. A tese da pesquisa é a de que consequências da política regional refletem na preferência do eleitor em eleições nacionais. Os votos nesses partidos na Europa ocidental estão fortemente associados ao fato de que esses partidos possuem uma agenda nacionalista forte, um posicionamento de resistência à expansão de direitos a imigrantes, à flexibilização de fronteiras e perda de soberania. Sendo assim, a pesquisadora argumenta que o "voto intolerante" em partidos políticos que suportam agendas não pluralistas não pode ser explicado apenas por motivações de política doméstica, como tem sido feito. A União Europeia e sua política de abertura de fronteiras e extensão de cidadania comum incomoda o eleitor da nova extrema-direita, inclusive quando ele vota em eleições locais. A nova ideologia de extrema-direita, que representa uma nova defesa de idéias autoritárias e de mudança de regras pluralistas e democráticas, tem procurado ganhar espaço e poder político dentro das próprias vias que a democracia oferece: pela representação. Enquanto a tradicional extrema-direita está relacionada ao fascismo, a nova extrema-direita representa uma nova clivagem política, fruto da "sociedade pós-industrial". O que torna curiosa esta nova ideologia de extrema-direita é que, defender a liberdade de imprensa, liberdade de opinião, bem como o fim da censura, faz parte da agenda deste grupo de preferências políticas e ideológicas que se contrap›e aos princípios democráticos de inclusão, pluralismo e diversidade. Em outras palavras, é por isso que assistimos as propagandas políticas de Le Pen, o mais tradicional e conhecido personagem desta tribo, defender fortemente o fim da censura. Os defensores da extrema direita querem defender a intolerância livremente.

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