sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O CRÍTICO DE ARTE VICENTE DE PERCIA COMENTA: "O EFEITO GLOBALIZADOR"



  O final de todos os anos é de praxe os meios de comunicação fazerem as reprises dos acontecimentos, torna-se habitual àqueles que prendem a opinião pública a publicar os fatos que se repetiram   por mais tempo nas manchetes. Os argumentos utilizados não se ficção em aspectos formativos ou em notícias que tendem a implantar o hábito de um senso-crítico. Tal fato, ocorre porque diante de um receptor acostumado a engolir o que lhe é imposto, aceita a informação com passividade. O elemento emotivo e "sensacional" é o preferido e em discursos repetivos, praticamente incluso em todos os meios de comunicação esta postura é adotada. Estes discursos passam a ser pertinentes com todos os seus atributos de linguagem reiteradas e já denunciam o efeito globalizador repleto de "normas" que transforma o texto em um produto de ganho fácil, surpérfluo a ser utilizado por um longo período, uma propaganda direcionada com intenções apenas de consumo e "convencimento".
  A axiologia de "valores" é voltada, apenas para atrair o espectador    esta postura é utilizada sem restrições e não para liberar novas inserções de aprendizado, pois criar uma notícia mesmo sendo consistente é um risco. Vê-se também que ocorre em outros segmentos da cultura esta "unanimidade" que impede que a expressão artística surja fora de uma sistematização pertinente sem que exista algo que passe pelo cotidiano e traga um somatório capaz de identificar pretensas rupturas ou o olhar para um individual consistente.
  Observar um mundo diferente atual através de opiniões que ressaltem particularidades e visualizar outras janelas em que os assuntos insiram sobre a sociedade na sua estrutura orgânica e sensível, buscando o diálogo e a reflexão é posto de lado. Este processo representa a castração brusca em relação ao desenvolvimento desejado - intuição e trajetória cultivada posta de lado. Apesar das crises que observamos nos relacionamentos do Homem com o Homem e com a organicidade do mundo que desejamos: um futuro melhor. Temos acesso somente a poucas formas de comunicação que ressaltem um olhar diferenciado que emerjam de tentativas, erros e acertos; o oposto deve ser observado, também como alerta, ou seja, notícias herméticas pretensiosas que tendem colocar o leitor contra a parede ao conferir a obra de arte o satus quo - consentir para não se sentir excluído.
 Estes argumentos tendenciosos buscam criar mitos, personalidades e uma qualificação / quantificação profissional que afasta a possibilidade de se fazer uma investigação coerente, com isto o receptor sente-se aprisionado e para  não ser minimizado consente com a informação que ele não compreende. Ativar um novo experimento que mexa com valores e que componha um corpo em um processo de criação é um instrumento de sedução para aproximar o público é o significado da cultura.
 A estratégia discursiva globalizante produz uma falsa verdade, visto que a relação entre realidade e linguagem não condiz com a essência da arte que é tão relevante como a própria vida. Calcar só sobre um aspecto com funções conotativas estabelecem uma dicotomia e denuncia os interesses que estão por detrás deles. " A Arte Nasce do Novo" é um chavão académico, pois este "novo" que vemos é repetitivo e não dá chance que o indivíduo use a sua sedução de expansão com os seus sentidos livres. No meu entender existe um magicísmo, onde os impulsos do criador possa mostrar as suas diferenças, inclusive o que o Homem  pensa ser uma obra de arte e a questão do belo entre vários tópicos.
 Pontuações sobre a imagem artística não podem ser decidida em " acordos", o que importa é que a ideia se presentifique mediante os
 mais variados segmentos da natureza com liberdade.

Vicente de Percia 



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