sexta-feira, 22 de março de 2013

CRÍTICA DA ÓPERA "LA CENERENTOLA" DE ROSSINI, TEMPORADA 2013, THEATRO SÃO PEDRO, SÃO PAULO, BRASIL

                                                             Por: Vicente de Percia                                  
                                                                 Enviado especial


"La Cerentola", -ossia La bontá in trionfo  é uma ópera bufa  

em 2 atos com música do compositor italiano Giachino 

Rossini e libreto de Jacopo Ferreti. É baseada no conto de 

fadas Cinderela, do escritor francês Charles Pearault . LA 

CENERENTOLA (A Cinderela) Dramma giocoso em dois atos


 de Gioachino Rossini Montagem comemorativa pelos 15


anos da reinauguração do Theatro São Pedro Emiliano 


Patarra direção musical e regência Dálete Alécio regente do


 coro, Davide Garattini direção cênica, concepção dos 


cenários, figurinos e iluminação Instituto Europeu de Design 


IED realização dos cenários, figurinos e iluminação Loriana


 Castellano mezzo-soprano (Angelina) Leonardo Ferrando 


tenor (Don Ramiro) Homero Velho barítono (DandiniBruno 


Praticò baixo (Don Magnifico) Carlos Eduardo Marcos baixo 


(AlidoroEdna D’Oliveira soprano (Clorinda) Ednéia de 


Oliveira mezzo-soprano (Tisbe* Elenco de cantores da


Academia de Ópera do Theatro São Pedro e convidados .



A temporada de 2013 começou mal com a direção cênica, concepção de cenários e figurinos de Davide Garanttini, Se a pretensão era de uma montagem de uma ópera bufa, tal não aconteceu. O que se viu foi algo de caricato, desigual e carnavalesco no pior sentido. Em muito reforçado pelos pretensiosos e fracos cenários e figurinos que se distanciavam de uma ópera baseada em uma história clássica conhecida nas suas pluralidades de abordagens literárias e musicais. Loriana Castellano,mezzo-soprano italiana, no personagem de Angelina passou tanto despercebida na sua interpretação quanto no seu registro vocal inseguro. A.suavidade, coloratura dos timbres estiveram ausentes, principalmente no II ato da obra, momento de melhor predicado e possibilidade de exibição para uma coloratura melodiosa. O 3º quadro (no salão do trono real) em nenhum momento foi perceptível a magnitude exigida por Rossini em relação ao seu personagem Angelina. Loriana Castellano  se manteve linear como desde o início da sua entrada em cena. Bruno Pratico no papel de Don Magnifico esteve perfeito, relutando com a deficiência dos seus pares, mostrou desenvoltura nos fraseados e no ritmo desejado, soube mostrar consistência ao seu personagem com interpretação e voz na medida certa, foi o melhor em cena. Leonardo Ferrando,tenor uruguaio, não convenceu como Don Ramiro seu timbre mão era condizente com  a obra de Rossini, sua interpretação foi acanhada e desigual, pecou por seu pequeno volume de voz e pela vivacidade exigida. Homero Velho, barítono brasileiro, como Dandini  revelou momentos expressivos, dotado de um belo timbre soube dar desenvoltura ao seu papelé bom interprete, expressivo, apesar de prejudicado por um personagem caricato.Marcou sua presença, em alguns momentos, se destacou, principalmente no I ato com seu personagem estrategista para o desenrolar da história,porém não conseguiu afirnar-se no desenrolar da ópera. Edna D' Oliveira, soprano, como Clorinda e Ednéia de Oliveira, mezzo-soprano no papel de Tisbe,  brasileiras são dotadas de qualidades vocais, bastante prejudicadas pela metamorfoses exigidas; "transformistas e uma comicidade desnecessária que imprimiram aos seus personagens e conseguentemente um desnível vocal com agudos totalmente fora do contexto da obra. .Os recitativos seccos são uma armadilhas rosiniana. assim como a sonoridade das vogais abertas em contraponto com as consoantes. Uma falha perceptível em alguns cantores dessa montagem. O coro como a orquestra foram corretos. Um belo programa distribuído aos presentes  não fez jus a uma encenação com tantos contra-pontos negativos, em várias situações ares amadorísticos de quem improvisa e não conhece a arte do Bel Canto. 

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