terça-feira, 10 de maio de 2011

MESTRE E DR PELA UNIVERSITÉ DE PARIS I, COMENTA ENSAIO DE MEMBER DA BOW ART INTERNATIONAL

PARQUES TEMÁTICOS E PÓS-MODERNIDADE
Parabenizo a professora Diomira Faria pelo excelente trabalho que vem desenvolvendo sobre um tema que merece uma ampla discussão: as manifestações pós-modernas e o turismo, e um associação dos parques temáticos com a pós-modernidade.
Quando falo de um tema que merece uma ampla discussão refiro-me à querela moderno/pós-moderno.
Sem querer me alongar no texto pensamos nos Ciclos da História da Arte onde estudamos os períodos arcaico, pré-clássico, clássico, helenístico, ou românico, gótico, gótico flamejante, ou pré-renascimento, renascimento, barroco e outros tantos ciclos que se repetem segundo uma noção estética muito bem desenvolvida pelo filósofo-professor Jean François Lyotard em seus cursos sobre o Belo e o Sublime nas salas da Sorbonne em Saint Denis, Paris VIII.
Outra batalha importante no século XX foi travada nas Universidades Européias e Brasileiras: os arquitetos e os artistas se insurgindo contra o ensino acadêmico ministrado nas Escolas de Belas Artes de Paris e do Rio de Janeiro.
Esta querela precede a atual tão bem definida pela professora Diomira Faria: turismo moderno x turismo pós-moderno, tomando como base os parques temáticos. Realmente,os parques temáticos são uma associação com a pós-modernidade.
No modernismo tivemos um turismo de massa homogênea e no pós-modernismo o turista não faz parte desta massa homogênea da população, com o crescente desprestígio do turismo de massa.
As viagens tendem, cada vez mais, a serem personalizadas. O cliente escolhe seu roteiro, reúne alguns amigos e amigas e traçam as etapas desejadas para suas viagens. Dirige-se então a uma agência de turismo para contratar seus serviços. Isto seria inimaginável no período moderno quando predominavam os pacotes turísticos.
Os parques temáticos caracterizam este período do turismo internacional. São numerosos os exemplos para serem lembrados em tão poucas linhas.
A interpenetração dos ciclos históricos é bem definida pela professora Diomira Faria quando ela afirma que os “parques temáticos são fenômenos com raízes na modernidade, servindo a um consumo de massas, com o qual é necessária uma rígida estrutura e uma ênfase na racionalização”. Cita a Disneyização e a McDonaldização como fenômenos modernos inseridos em um mundo pós-moderno.
Tópicos abordados pela professora Diomira, como compressão do tempo em um espaço determinado, consumo e lazer, hiperrealidade, lugares paradigmáticos, progresso tecnológico mereceriam uma análise posterior.
Bem lembrada a citação feita pela professora Diomira do livro de Harvey, Pós-Modernidade (1990): “o pós-modernismo não é uma descontinuidade em relação ao modernismo, e sim diferentes manifestações da mesma dinâmica subjacente”.
Concordo plenamente com a professora Diomira: trata-se de uma oferta moderna para uma demanda pós-moderna.
Rio de Janeiro, em 10 de Maio de 2011.
Roberto Cavalcanti
Arquiteto / Urbanista
Professor Doutor FAU-UFRJ
Mestre e Doutor pela Université de Paris I, Panthéon, Sorbonne

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