domingo, 8 de agosto de 2010

FATO HISTÓRICO RELEMBRADO.INSTITUIÇÃO QUE IMPLANTOU A CULTURA EM FESTA

Julho de 1956 foram aprovados os Estatu-tos da Fundação Caloustre Gulbenkian, uma instituição que muito tem contribuído para o desenvolvimento cultural, artístico e científico do País. Foi criada por vontade do homem que lhe deu o nome, mas sobretudo a sua colecção de arte e os meios financeiros. O historiador José Miguel Sardica revela-nos quem era este homem que se apaixonou por Portugal. À partida, nada ligaria o milionário Calouste Sarkis Gulbenkian a Portugal. Mas foi a Portugal que Gulbenkian legou a sua vasta colecção de arte e os meios financeiros para aqui erguer a Fundação com o seu nome, com estatutos aprovados a 18 de Julho de 1956. Nascido na Arménia e diplomado em engenharia em Londres, Calouste Gulbenkian esteve desde cedo ligado ao mundo do petróleo e da alta finança do Médio Oriente. Era o “senhor 5%” por ser essa a sua habitual margem de lucro em todos os negócios em que se envolvia. Ao mesmo tempo, e desde o final da década de 20, dedicou-se à sua grande paixão de coleccionador de arte. Durante a 2.ª Guerra, na altura em que vivia na França de Vichy, o embaixador português convenceu-o a visitar Portugal. Veio, hospedou-se no luxuoso Hotel Aviz, e foi ficando, rendido ao clima, à paz nas ruas, à simpatia das pessoas, e à própria figura de Salazar, que ele admirava. Tornou-se especialmente amigo do médico Fernando Fonseca e do advogado José de Azeredo Perdigão, que encarregou de lhe resolver as questões burocráticas de residência e da colecção de arte. No fim da vida, Gulbenkian imaginou criar uma Fundação igual à da família Rockefeller e sediá-la nos Estados Unidos. Mas a morte da mulher, em 1953, e as desinteligências com o filho Nubar, levaram-no a uma alteração testamentária que abriu a porta à criação, em Portugal, da Fundação Calouste Gulbenkian, um ano após a sua morte, ocorrida em Julho de 1955. Com estatutos aprovados em 1956, e sob a presidência vitalícia de José de Azeredo Perdigão, a Fundação Gulbenkian inaugurou o seu actual edifício sede em 1969, e rapidamente se tornou, pelo seu mecenato artístico e científico, uma instituição de referência nacional e internacional.

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