UM RIGOLETTO
COM POUCO BRILHO
Vicente de Percia
Aberta a
temporada de ópera de 2012 do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O público
compareceu em massa, esperançoso em assistir um bom espetáculo, visto que as
últimas montagens ressaltando alguns interpretes e vozes como a da soprano argentina
Paula Almenares em Lucia di Lammeermor de Donizetti em 2011. Infelizmente “ Ricoletto”
estava muito aquém dos espetáculos operísticos já apresentados nesse Theatro,
incluindo a obra em foco.
Verdi sempre
exige sempre boas vozes e timbres específicos e “ Rigoletto” não foge a regra.
Ópera em três atos, libreto de Francesco Naria Piave alicerçado em “Le Rois s’
Amuse de Victor Hugo. Estreia no Teatro de La Fenice , Veneza em 11 de Março de
1853. As informações é que ela foi composta em apenas 40 dias em plena jovialidade
de Giuseppe Verdi(1813/1901).
O Bufão (Rigoletto)
é personagem centralizador dessa ópera o que não coloca em segundo plano os
demais personagens. O barítono italiano Roberto Frontali apesar de ter uma boa
voz não convenceu no papel principal, faltou- lhe presença, dramaturgia, enfim
suporte para impor o grande canalha e sua complexidade.
Fernando
Portari surpreendeu, porém não imprimiu a altivez, o domínio e a destreza
necessária ao Duque de Mântua. Em La Donna
e móbile” no terceiro ato na estreia não
foi convincente. Ficou um querer mais.
Artemisa
Repa ( Gilda) excelente postura dramática, bela voz. Faltou um entrosamento
maior com a personalidade da personagem.
Nessa
montagem o cenário não passou de razoável e a decisão de jogar imagens no
cenário foi desastrosa e o ambiente escuro em nada contribuiu para o drama. Sem
dúvida apesar de não ser o desejado melhor que os chamados “cenários
contemporâneos”.
A direção
musical do maestro Oswaldo Ferreira Tudo não foi feliz, a obra estava solta sem
vigor de uma história que requer o domínio do drama.
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