sexta-feira, 26 de julho de 2013

CRISE DE IDENTIDADE.

O indivíduo está cada vez está mais imerso na crise de  identidade, facilmente detectada em um processo confuso e plural de chamamento que o deixa disperso e o torna frágil mediante  os seus objetivos. Há um amplo deslocamento e  perda de  metas  a serem traçadas  pelo indivíduo "moderno". Por mais que se queira localizar as causas dessas inconstâncias e buscas que davam ao indivíduo uma certa sensação de continuidade em um mundo  centrado, as ações se perdem. O Homem e o mundo estão em crise. Passam a pertencer e a constituir  algo solto e dilacerado nas suas ideias e montagens.
 O final do século XX  agrega o descentramento e de certa forma se opõe às raízes do passado, ou as informações culturais abordadas na sua plenitude que, a seu modo, forneciam ao ser diálogos e direcionamentos sociais.
 A identidade não existe, está em crise e se torna um problema não resolvido e, assim, é vista e manipulada como algo "confortável" de entendimento pelo próprio indivíduo pós-moderno. Ele busca a todo custo, na sua pseudo- identidade explicar sem conseguir o seu descentramento - 
uma situação de sua própria localização social. Essa  postura é uma intenção de justificar  um novo segmento cultural para o indivíduo se fortalecer em uma forma de ancoragem em um universo sem diretrizes.
Vicente de Percia
Artes Visuais - Bow Art International

segunda-feira, 15 de julho de 2013

OS INTERMINÁVEIS CONCEITOS DE ARTE

Por Vicente de Percia
Os inúmeros conceitos da arte dariam para preencher ilimitadas enciclopédias. É comum vê-los em apresentações, catálogos, ensaios, palestras, citações de autores com seus pensamentos ávidos em situar a tarefa artística. Alguns opinam que a ideia é o elo de interseção na criação da obra, outros se posicionam que o perfil espontâneo ou plástico não é o meio certo de fazer a arte e por aí vai...
De quê modo se forma um artista atualmente? Como e qual é a sua trajetória para criar uma obra de arte? Uma série de conceitos surgem, entre eles: o fator histórico. Há artistas que vivenciaram profundas crises políticas sociais relevantes e se aproveitaram delas para criar. Os valores éticos e econômicos também são suportes e também são usados para legitimar a arte.
No início do séc.XX os diferentes meios materiais não convencionais foram utilizados para afirmar o surgimento de novas tendências e propiciar um distanciamento mais "realista" em relação ao seu tempo.
Estávamos diante da inovação atrelada ao deslanche das civilizações industriais, em franco crescimento tecnológico e o incentivo de possibilidades de ir de encontro ao combate do velho.
A experimentação nas artes plásticas não está tão distante da incessante busca da "modernidade" onde o novo produto a ser lançado deve propiciar benefícios em vários setores, cobrindo item inerente ao prazer do Homem e ao seu consumo.
Esse mesmo esquema é visto em múltiplas tarefas e setores artísticos tidos como as mais viscerais ou engajadas: a análise pode ser descrita para que o espectador possa ser direcionado e compreender o objetivo da obra do artista e alertar para os elementos e as formas presente na obra o que revelará a proposta do artista e desvendará o hermetismo da obra. .
Há segmentos críticos que valorizam essa complexidade acima citada, considerando o afastamento do olhar e a aproximação do texto ( esse se tornando mais importante,por vezes que a obra) um vínculo que procura  acenar para o expectador para que ele possa compreender ou pelo menos se aproximar do que está vendo. São na maioria conceitos filosóficos e como tal podem ser aceitos ou não.
Há posicionamentos que afirmam um estranhamento na arte em relação a sua integração com a sociedade. A arte dentro dessa reflexão estaria longe de poder interagir completamente com a sociedade, com o senso de observação espontâneo e coletivo. A definição de povo nos vários ciclos históricos; o trabalho envolto na produção; a divisão de classes; a vida política e social são sinalizações que a filosofia da arte estuda e, portanto meios para conhecê-la sem superficialidade.
Entre as correntes contemporâneas há os que afirmam que é impossível ser neutro na arte contemporânea. A trajetória da produção atual sem dúvida está ligada a "esquemas" mais preocupados com a demanda do que com o conteúdo. O capitalismo voraz põe suas garras sobre a legitimação da "obra de arte" e cada vez mais os seus conceitos não estão voltados para um embasamento que permita avaliar com coerência a situação real da criação artística. 
A reflexão da crítica de arte adota uma parcialidade, não é um defeito, pois desde a sua existência falar de arte é também falar do artista, do gosto pessoal, da época, etc.. Dessa forma não há como se obter uma exclusão total da crítica para se distanciar dos erros e legitimar ou não uma obra de arte.